Ação natural impacta o Brasil e países vizinhos sendo apresentada no Congresso Mercofrio por dois especialistas no assunto

A apresentação dos convidados Flamínio Levy Neto e João Manuel Pimenta impressionou o público no Mercofrio 2022. Os especialistas falaram sobre os Rios voadores que são imensos volumes de vapor de água que vêm do oceano Atlântico, precipita sob a forma de chuva na Amazônia – onde ganham corpo – e seguem até os Andes, encontrando a muralha rochosa presente nessa região, que os faz desviar e flutuar sobre a Bolívia, o Paraguai e os estados brasileiros de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo; às vezes alcançando até o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os rios voadores possuem cerca de três quilômetros de altura, algumas centenas de largura e milhares de extensão. Isso significa que, em alguns dias do ano, um rio com as dimensões do Amazonas atravessa os céus do Brasil.

“O desmatamento e as queimadas estão “Savanizando” a Amazônia, ou seja, secando a floresta que é úmida. No ritmo atual, o processo se tornará irreversível a partir de 2030”, alertou Flamínio Levy Neto.

Durante a apresentação, o especialista lembrou que o setor HVAC é um dos maiores usuários de energia elétrica.

“O Brasil passou a vida inteira investindo em energia hidrelétrica e agora está devastando as suas florestas. Uma preocupação é que o uso de derivados de petróleo está subindo em detrimento da geração hidráulica. Vemos o carvão e o derivado de petróleo em usinas termelétricas. Isso produz chuva ácida, gases de efeito estufa e afetam o bolso, porque a energia elétrica vai ficando mais cara”, salientou.

Flamínio Levy Neto é engenheiro graduado no ITA. Possui Mestrado pelo ITA e Ph.D. em Engenharia Mecânica pela Universidade de Liverpool.

A apresentação foi complementada pelo professor João Manuel Pimenta que tem Doutorado em Doutorado em Ciencias Aplicadas, Université de Liège, 1997; Mestrado em Engenharia Mecânica, Universidade Federal de Uberlândia, 1992; Graduação em Engenharia Mecanica, fundação técnico educacional souza marques, 1987 e Curso técnico/profissionalizante, Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca, 1980. Segundo o especialista, para o setor, existe uma pressão constante em busca do desenvolvimento de equipamentos cada vez mais eficicientes.

“Não é só as emissões de CO2 que preocupam, mas a água que deixamos de lançar na atmosfera. Os rios voadores são um mecanismo natural que faz com que não tenhamos um deserto. Graças a essa felicidade de termos esse mecanismo, estamos mais protegidos. Porém, estamos passando por uma crise energética e o desafio da indústria é desenvolver sistemas mais eficientes. Com a energia mais escassa se coloca uma pressão em todo o setor”, disse.